Por que é tão difícil conversar sobre “nós” na relação? E quando o assunto é sexo então? Bem, esse é o desafio para muitos casais, falar sobre intimidade sexual. Na verdade, o grande desafio é revelar aspectos de nós mesmo rodeados de vergonha, tabus e o próprio desconhecimento das nossas vontades. Ah! e a famosa culpa que carregamos por gostar ou desejar algo tão estranho? Logo, já imaginamos o olhar de recriminação e decepção do nosso parceiro, se falássemos realmente o que desejamos daquela relação sexual. Nos sentimos nus, sem de fato estarmos despidos na cama.

 

O que fazer com o nosso desejo?

 

A mais secreta fantasia, o lugar estranho, o que nos excita, nos leva a ideia de que corremos o risco de perder a pessoa se expressarmos nossos desejos. Nesse sentido preferimos manter em segredo preferências sexuais por medo de sermos rotulados pelo nosso parceiro como pervertidas, anormais ou impossíveis de satisfaze-los. Aqui nasce o dilema: o que fazer com nossos desejos mais íntimos? Muitas vezes acabamos optando  por manter uma vida sexual rotineira acreditando que isso trará segurança,  e mantemos nossos desejos desconhecidos para o outro e às vezes até para nós mesmo por não explorarmos nossa sexualidade. Acreditamos  que uma vez liberadas nossas fantasias, isso irá prejudicar o relacionamento e que nunca mais voltará a ser o que eram antes. Mas tem aqueles que preferem correr o risco e viver as fantasias em uma relação extraconjugal, onde o proibido torna permitido, privando-os de viver sua sexualidade plena com seu parceiro e colocando em risco a confiança e cumplicidade do casal.

 

Estamos vivendo a era do prazer, o que isto significa?

Nossa geração começou a separar sexo e amor. Essas duas áreas eram diferentes até pouco tempo atrás, de uma lado tinha a paixão e o sexo ardente e do outro a relação estável, mas agora vemos o sexo ocupando lugar de destaque nas relações conjugais. Hoje nossa sexualidade é um projeto em aberto, alargando a possibilidade de construção e negociação na relação. A satisfação sexual é algo que buscamos e entendemos que merecemos. Somos mais livres e também mais inseguros, não temos mais a certeza de que se compartilharmos tudo o que somos a pessoa que escolhemos ficará ao nosso lado. A intimidade ficou sobrecarregada de expectativas.

 

Enfim, convido vocês a refletirem sobre as incertezas e o mistérios inerentes aos relacionamentos a dois e a vivencia da sexualidade.

 

  • Podemos buscar pistas em como aprendemos a amar? Será que aprendemos a sentir prazer ou não, podemos confiar nossos sentimento para o outro?

 

Os nossos desejos tem memória e nossas preferencias sexuais surgem das emoções, conflitos do inicio da nossa vida. Isso mesmo, lá trás na infância. A intimidade sexual, é um ato de dar e receber, precisamos entrar no espaço intimo do outro sem medo, e acreditando que o outro continuará ali após nos conhecer.

Compreenda os seus desejos e não tenha medo de compartilhar com o seu parceiro, conecte-se com você!