Muitos motivos levam um relacionamento a acabar. A falta de diálogo. Brigas e discussões frequentes. Perda da conexão e da afinidade entre o casal. Perda da admiração.  Dificuldade de comunicação clara sobre as expectativas e desejos de um para com o outro. Mas, apesar dos motivos o fim de um relacionamento conjugal não significa o fim de uma família. Ainda mais quando existem filhos que são frutos da relação. O divórcio pode até significar o fim da vida em casal, mas ele também é a reconfiguração de novas maneiras de se relacionar em família. Lutar pela restauração familiar, independentemente de como o casamento tenha acabado, deve ser prioridade de ambos.

Na terapia de casal buscamos construir um ambiente de diálogo e cura, entendendo o casal de maneira individual, mas também conectados. Percebendo que cada relacionamento possui uma história única e que não cabe julgamentos ou receitas de bolo na hora reconstruir uma relação para torná-la novamente saudável para todos.

 

Abrindo mão de encontrar um culpado

A restauração familiar começa a acontecer quando conseguimos dentro do consultório abandonar a necessidade de encontrar o culpado e iniciamos uma conversa madura e aberta sobre a responsabilização de cada uma das partes.

Esse exercício só é possível quando ambos os lados se sentem seguros o suficiente para expor suas vulnerabilidades. No consultório eu utilizo a abordagem sistêmica, que consiste em tomar certo distanciamento da situação e abandonar o pensamento linear. Nem tudo é causa e consequência direta.

O pensamento sistêmico inspira-se na fluidez da vida, que está em constante transformação e passa por momentos de expansão e contração de maneira orgânica. Portanto, está baseado na interconexão entre os fatos e nos fluxos circulares e espirais. Nessa abordagem, a lógica de de dualidade “Se isso, então aquilo” não se aplica. Não existem verdade absolutas, logo não cabe encontrar culpados e fazer acusações.

 

Comunicação não violenta

A comunicação Não Violenta – CNV – pode ser uma ferramenta para construção desse processo de restauração familiar. Ela consiste em criar um sistema claro de conversa para que o casal volte a se comunicar expressando o que sente e o que deseja do outro sem ofender ou fazer acusações ao longo do caminho.

 

Estabelecer conversas construtivas para alcançar a  restauração familiar 

Atentos e cientes das necessidades de cada um podemos estabelecer conversas construtivas que irão nos ajudar nesse processo de recriar conexões e restaurar a família. Ok, pode ser que o casamento tenha acabado e que ambos não queriam mais construir um relacionamento como marido e mulher. No entanto, é preciso encontrar outras conexões e caminhos para continuarem sendo uma família.

A resposta não é imposta ou conduzida, mas as sessões servem para descobrir juntos nesse novo caminho.