O que é belo para você? Você já se questionou se a sua construção de beleza foi algo imposto e construído socialmente? Já parou para avaliar se realmente aprova os padrões de beleza da sociedade? Você concorda e reproduz a ditadura da magreza com a qual fomos acostumados a lidar?

O fato é que, independente das respostas que você deu acima, o padrão de beleza imposto socialmente é algo que aprisiona as mulheres. Afeta diretamente a autoestima, e, consequentemente, as chances de viver uma sexualidade saudável. Vivemos em um mundo onde a aparência magra é supervalorizada. No qual o número da balança é indicador de felicidade. De sucesso. De esforço e merecimento. Mas, será que precisa ser assim? 

Meu convite é desconstruirmos os mitos por trás de cada imposição social sobre a aparência. A partir daí, reconstruir nossa conexão com nós mesmas. Fortalecer a crença de que a percepção de beleza é algo mais intangível e profundo do que simplesmente uma combinação padrão de: altura, peso, textura do cabelo, cor da pele e idade.

 

O mito da beleza

Ao longo de muitos anos, as mulheres conquistaram espaços sociais que antes eram inatingíveis. Mas, apesar de todas as barreiras vencidas a ditadura da beleza ainda é uma prisão para a grande maioria das mulheres. E, digo uma prisão porque mesmo as poucas mulheres que estão dentro de um padrão inatingível precisam se vigiar e punir constantemente. Para permanecer dentro da ditadura. 

Sem falar que o padrão de beleza muda com o passar dos anos.  Ele é construído nos pilares da escassez. Ou seja, criado a partir daquilo que as pessoas não podem ter. Afinal, a melhor maneira de você sustentar uma indústria é vendendo insatisfação.

Assim, a indústria da beleza, e da magreza, é um dos mercados mais lucrativos do mundo. Movimentando bilhões de dólares por ano! A força desse mito é tão poderosa que um estudo feito pela Unilever revelou que 80% das mulheres afirmam gostar de um ou mais detalhes em si mesma. Porém não enxergam sua beleza como um todo. Essa insatisfação faz com que centenas de milhares de mulheres se sintam insuficientes e inseguras sobre si mesma e sobre suas outras capacidades.

 

O que isso tem a ver com a sexualidade?

Essa percepção sobre si mesma afeta diretamente a autoestima e o desenvolvimento saudável da sexualidade. Isso porque para descobrir, construir e desfrutar plenamente da sexualidade é fundamental amar e sentir-se bem com seu corpo.

O corpo é a principal ferramenta para conhecermos e navegamos na nossa sexualidade, é através dele que sentimos prazer, que exploramos nossas fantasias, que desejamos e exploramos as possibilidades. Também é por meio do corpo que conhecemos o outro. Nesse sentido, para compartilhar momentos íntimos e sentir prazer é fundamentar se sentir à vontade, mas isso se torna impossível se você está inseguro com o corpo e desconfortável na própria pele.

É comum as mulheres se sentirem desconfortáveis com a nudez, muitas sentem vergonha de serem vistas de luz acesa. Ela ficam preocupadas com as estrias, celulites, barriga, e não conseguem relaxar e curtir o encontro amoroso.

Desconstruir essa prisão invisível que coloca a mulher em um lugar de sempre estar devendo para o padrão social é urgente. Essa é uma luta que temos que vencer primeiro internamente. A melhor maneira de desenvolver uma boa relação consigo mesma é por meio do autoconhecimento. Investigue sobre o que faz você se sentir desconfortável com o seu corpo. Pergunte se isso é uma insatisfação interna ou se é imposta? Quando começou? Que tipo de pensamentos, comportamentos e estímulos alimentam essa insatisfação?

A partir do momento que você passar a respeitar o seu corpo, os padrões de beleza serão vistos de maneira menos importante ou, ao menos, terão um impacto menor em suas decisões e em sua autoimagem. A partir daí, posso garantir que você desfrutará de uma sexualidade muito mais plena e saudável e, certamente, terá uma vida mais feliz!